Natal

Dizem que já cheira a Natal!
Eu como ando constipado não cheiro nada.
Natal para mim é sempre que eu quiser,
é oferecer sem precisar de motivo ou data,
é partilhar com quem tem menos,
sentindo a alma inundada
ao ver o sorriso de quem recebe.
Natal é abraçar,
esquecer mágoas e ressentimentos,
trocar sorrisos, partilhar momentos...
Por isso, para todos vós,
que me deram o prazer da vossa companhia,
que viram a porta aberta e entraram,
que para vossas casas me convidaram,
que este Natal seja um momento,
feito de doces momentos,
embrulhado em sorrisos,
enfeitado com sentimentos.

Finalmente

Eu sei que ultimamente pareço o Homem Invisível,
mas o final de período lectivo é uma merda,
últimos testes e carradas de trabalhos práticos
para corrigir, notas para dar (muito bem pensadas),
reuniões para preparar, reuniões, actas para fazer.
Mas...
Finalmente!
Os putos estão todos em casa, a gozar uma pausa
nas férias que fazem durante todo o ano lectivo.
As reuniões acabaram, ou seja,
já não preciso de me levantar de madrugada
deve existir um lobby contra mim na minha escola,
marcam as reuniões em que estou presente
sempre a começar de manhã.
Agora vou fazer aquilo que realmente gosto...
Ficar a ronronar na cama até ao meio-dia
(só me levanto mais cedo se realmente me apetecer
e não porque sou obrigado).
Almoçar, sair para tomar café e
dar uns passeios à beira-mar
(adoro passear na praia nesta altura e com este tempo),
passar o resto da tarde em casa a pintar ou desenhar.
À noite, uma ida ao cinema, ou então um serão em casa,
aninhado no canto do sofá, aquecedor ligado,
a ver um filme, jogar no computador, ler um bom livro.
Finalmente...

Carta

Finalmente...
Após 135 dias de boleias
fui buscar a minha carta de condução!!!
Que saudades de estar atrás dum volante
e não depender de ninguém para me deslocar.
Faço o meu horário, vou onde me apetece,
quando me apetece.
Apenas nos apercebemos de como estamos dependentes
de um meio de transporte próprio,
quando não o pudemos usar durante bastante tempo.
Mas a partir de hoje...volto a se eu a acelerar
(dentro dos limites, ou quase,
afinal não desejo voltar a andar à boleia,
apesar de as minhas condutoras terem sido um amor).

Fins de semana encantados

Manhãs ensonadas
pequenos almoços
comidos no chão,
entre mantas e almofadas.
Abraços e beijinhos,
músicas repetidas,
cantadas até à exaustão,.
Portas escancaradas,
revistas espalhadas.
Passeios de mão dada,
cafés nas esplanadas.
Entre livros e revistas
bombons e gelados.
É assim que contigo são
os meus fins de semana,
Acelerados…e encantados.

Nevoeiro

E de repente, sinto que me mudei
os cantos e recantos são os mesmos,
as mesmas pessoas...
mas tudo envolvido numa névoa húmida,
que se entranha até ao fundo da alma.
Até o mar parece diferente,
mais místico, fantasmagórico...
E é nas ruas desertas, envolto nesta bruma
que vagueio, respiro...e me sinto vivo.

Compôr

'Não é compor a preto
no branco do papel,
Palavras estéreis
Liricamente floreadas.
O arco-íris multicolor
da poesia
É a tua vida!
E tu és o autor!
Está nas tuas mãos
a composição
da mais bela
obra-prima de sempre.
Realiza com amor
a poesia da vida.

- Cistelo -

Não é apenas marcar
com pinceladas multicolores
a tela branca da vida.
É sentir, viver
colocar em cada traço
tudo o que nos marca a alma.
É pintar como quem vive...